Um paradigma emergente traduzido em uma imagem
A imagem evidencia um acrônimo para a expressão Educo com Comunicação-Ação, que entendemos que traduz nossa perspectiva do que possa ser o paradigma da Educomunicação. Cada palavra da expressão é separada por um elemento que, no conjunto, formam a imagem de um barco. Embarcação com a qual é possível realizar uma navegação de cabotagem, sem perder de vista a margem da modernidade, mas se afastando dela rumo a novas perspectivas. Sua quilha rasga a superfície líquida da pós-modernidade e garante a estabilidade para seguir em marcha macia no rumo da profundidade pós-abissal. Seu horizonte é a utopia possível de uma vida decente, alicerçada no progresso do ser humano. Por isso segue no sentido anti-horário, que indica uma necessária desaceleração do tempo, para que se possa fruir o sabor dos saberes. Seu leme é a espiral, símbolo da gestão ecossistêmica (ou orgânica), e mobiliza ciclos de evolução tanto para o exterior da sociedade como para o interior dos sujeitos envolvidos nas práticas pedagógicas educomunicativas (PPE). Sujeitos que devem ter seus sentidos abertos à colaboração, à emancipação e ao desenvolvimento comunitário. Para isso, podem ser promovidas ações a partir de seis áreas de intervenção com a educomunicação, associadas aos seis domínios da socioanálise comunicacional, que formam a trama de uma espécie de tarrafa (rede de pesca). Com essa rede artesanal, associada ao leme sistêmico da gestão, é possível organizar novas epistemologias em lanços sobre as diferentes disciplinas de conhecimento. O dial de rádio ao fundo, o lápis e a câmera de vídeo representam as possibilidades de expressão áudio-scripto-visual. A antena marca uma posição no dial, que é a frequência ou modulação mais adequada a cada tipo de comunicação estabelecida. A mesma antena promove a interlocução em ondas que chegam e partem, na dinâmica uniglocal das mediações culturais. As relações estabelecidas geram experiências significativas com as comunidades, que são o alimento da tripulação dessa nau chamada Educomunicação. A única regra é despertar para a reinvenção do lugar mais extraordinário, inovador e misterioso que existe: o seu. A reconexão com o seu lugar pode ser hoje a experiência pedagógica mais significativa para o desenvolvimento humano.