Por Rafael Gué Martini

Recebi com muita alegria a notícia que este ano estou finalista do Prêmio ODS Santa Catarina, na categoria pessoa física. Em sua terceira edição, o Prêmio busca disseminar ações realizadas pelos signatários do Movimento Nacional ODS Santa Catarina; ampliar o engajamento de pessoas e organizações que atuam com os ODS no estado; e aumentar as parcerias entre o Movimento, seus signatários, agências da ONU e governos no desenvolvimento de projetos.

O principal objetivo da premiação é reconhecer e divulgar iniciativas para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) realizadas pelos signatários do Movimento catarinense, divididos em 6 categorias: Empresa; Instituição de Ensino; Organização de Classe; Organização da Sociedade Civil; Poder Público; e Pessoa Física.

Fui selecionado pela minha participação como redator e consultor voluntário do programa Horizonte Oceânico Brasileiro (HOB) , do qual sou integrante no Time Educomunicação Socioambiental Costeira e Marinha.

O programa HOB impulsiona a formação de capacidades inter-redes, sobretudo dos membros do PainelMar, para atuação na interface entre conhecimento (científico e local) e políticas públicas; enfatizando a criação de oportunidades para o protagonismo de profissionais em início de carreira, bem como o tema da implementação das metas do ODS 14 – Vida na água, especialmente de políticas públicas de ordenamento territorial costeiro e marinho.

A entrega do Prêmio ODS SC 2021 ocorrerá no dia 05 de novembro às 19h30, quando serão anunciados os projetos vencedores em cada categoria durante a 2ª edição do Fórum Brasil ODS. O Fórum será realizado de 5 a 7 de novembro de 2021, e acontecerá de forma híbrida (uma parte presencial e outra transmitida online), para garantir o distanciamento social, aplicando os protocolos de higiene e segurança para preservar a saúde dos participantes. O evento será transmitido a partir do Hotel SESC Cacupé, em Florianópolis/SC.

Mais que o reconhecimento pela participação no programa HOB, considero essa indicação o resultado de mais de dez anos de envolvimento com as metas de sustentabilidade da ONU. Uma trajetória que iniciou com minha participação como editor do Boletim do Movimento Nós Podemos SC, quando ainda estávamos sob a perspectiva dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Depois, segui no movimento como representante de organizações e, por fim, signatário como pessoa física do rebatizado Movimento Nacional ODS SC.

Agradeço o convite do parceiro e mamulengo do Coletivo Memórias do Mar, Leopoldo Cavaleri Gerhardinger, para compor a equipe de redação e agora integrante e consultor na execução do Programa HOB. Na pessoa do Leopoldo, expresso a minha gratidão à essa grande rede de redes que é o PainelMar, com tantas pessoas fantásticas e engajadas na busca de alternativas para a saúde do oceano. Na Década dos Oceanos, anunciada pela ONU, ações como essa são muito relevantes na busca de uma melhor gestão da Amazônia Azul brasileira – expressão usada para designar a área marítima da costa sob a jurisdição do Brasil.

Foi durante a realização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável no município do Rio de Janeiro em 2012 (RIO + 20), que os integrantes do Coletivo Memórias do Mar (CMM) (precursor do PainelMar) notaram um distanciamento entre processos de tomada de decisão (conduzidos durante a RIO+20 no Centro de Convenções Riocentro) e as centenas de discussões populares autogestionadas no âmbito da Cúpula dos Povos – que ocorreu simultaneamente no aterro do Flamengo. A preparação do Rascunho Zero do PainelMar foi iniciado no âmbito destas discussões (2012) e culminou com a definição de um Documento Base em 2015. Nesta ocasião, surgiu também a proposta de desenvolvimento de um Acordo Constitutivo para nortear a governança desta rede de redes, bem como de um plano de ação estratégico para orientar as ações práticas a serem tomadas pela Secretaria Executiva e os membros do PainelMar, além dos projetos, ações e programas desenvolvidos por estes.

O modelo operacional co-idealizado no HOB foi inspirado em ações protagonizadas pelo CMM, como o programa de conhecimentos e práticas locais iniciado no Projeto Meros do Brasil, o Projeto Babitonga Ativa, entre outras experiências que sempre incluíram a educomunicação socioambiental e a ecocidadania. Como o CMM e o PainelMar são coletivos sociais que não possuem CNPJ, buscamos sempre instituições parceiras para a realização de nossos projetos.

O Programa HOB tem como organizações mantenedoras a Fundação Grupo Boticário, instituto linha D’água, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Instituto Costa Brasilis, Rare e projeto Future Earth (Futuro da Terra). Também são parceiros do HOB a Associação Brasileira dos Profissionais e Pesquisadores em Educomunicação (ABPEducom), na qual atuo como membro do Conselho Consultivo Deliberativo; e o Laboratório de Educação Linguagem e Arte (LELA) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), do qual sou o atual coordenador.

Independente do resultado do dia 05 de novembro, a sustentabilidade dos oceanos e a educomunicação ganham mais visibilidade com o balançar da bandeira do Programa HOB.

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